Procura-se



Procura-se alguém que não tinha medo, não temia o novo, nem o perigo. Sabia exatamente o que queria, e pra onde ia. Sempre soube diferenciar o que é certo ou errado sem precisar pensar muito. Desatava nós como alguém que estivesse a explicar um caminho conhecido. Era capaz de fazer tudo o que quisesse, o que lhe desse na telha, sem se preocupar. O amanhã não lhe interessava tanto assim, tinha certeza daquilo que seria um dia, mas apenas o hoje lhe era formidável. Defender suas ideias, seu jeito, seu modo de ver as coisas. Era tudo muito concreto e sólido. Nada podia vencer sua confiança e determinação. Ela era aquilo e ponto. Ponto. Ponto.

Até que um dia, algo veio, a quebrou em partes e a vez fugir. Sem rumo, não deixando pistas. Sumiu.  Não sabia mais quem era ou pra onde estava indo. Nem se quer lembrava o que havia acontecido. O que afinal a deixou daquela maneira? Não sei responder, se pudesse voltar ao tempo em que nos conhecíamos, gostaria de perguntar o que a fez ir embora. Talvez posso ajudá-la a encontrar o caminho de volta. Mas como se não sei onde está?

Então vivendo sob a sombra da insegurança, a sensação de fragilidade é tamanha de como se alguém soprasse faria se encolher de tanto medo. Nunca imaginei que a opinião dos outros contaria tanto. Se fizer um bolo e alguém elogiá-lo, dará um sorriso, um pedaço e uma palavra de agradecimento. Talvez acredite nisso por alguns segundos, minutos, horas, dias...Mas se alguém vier em seguida e disser o contrário, é capaz de jogá-lo inteiro fora em estantes. Por quê? Ninguém sabe responder.

Talvez isso passe, quando encontrar aquela que costumava ser antes de crescer.

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